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Sabe aquela sensação de que o rosto está sempre quente, avermelhado, sensível e, às vezes, com bolinhas que parecem acne? Se isso acontece com frequência e piora com exposição ao sol, ao calor ou até com bebidas alcoólicas, vale investigar com atenção. Pode não ser apenas “pele reativa”, pode ser rosácea.
A rosácea é uma condição inflamatória crônica da pele, mais comum do que parece. E embora ela afete mais o rosto, especialmente as bochechas, nariz, testa e queixo, o impacto vai além da pele: mexe com a autoestima e até com a vida social de quem convive com o problema.
Conhecer os tipos de rosácea é o primeiro passo para entender o que está acontecendo e buscar o tratamento certo, que pode variar bastante de pessoa para pessoa.
Quais os tipos de rosácea mais comuns?
Sim, existem subtipos de rosácea. Nem toda vermelhidão é igual, e nem toda rosácea apresenta pústulas ou vasos visíveis. Por isso, o diagnóstico correto faz tanta diferença.
Para a farmacêutica responsável pela Rede Drogal, Eliane Messias, “identificar o tipo de rosácea é importante para escolher o tratamento certo. Cada caso exige um cuidado específico com a pele”.
A seguir, explicaremos os principais tipos e como eles costumam se manifestar:
Rosácea eritema-telangiectásico
É o tipo mais comum e o que muita gente associa à "bochecha sempre vermelha". A pele fica avermelhada com frequência, principalmente após exposição ao sol, bebidas quentes, comidas picantes ou mudanças de temperatura. Com o tempo, surgem pequenos vasinhos visíveis na superfície da pele (as chamadas telangiectasias).
Rosácea papulopustulosa
Nesse caso, além da vermelhidão, aparecem pápulas e pústulas, que são pequenas bolinhas vermelhas ou com pus, que lembram acne. Por isso, muitas pessoas confundem com espinhas, mas o tratamento é bem diferente. Essa forma pode causar sensibilidade intensa e piorar em períodos de estresse ou calor.
Rosácea fimatosa
Mais rara, essa forma provoca espessamento da pele e pode deixar o nariz com aspecto inchado e irregular (conhecido como rinofima). É mais comum em homens e pode causar desconforto estético e respiratório. É um tipo que costuma evoluir ao longo do tempo, se não for tratado.
Rosácea ocular
Afeta os olhos e pode aparecer sozinha ou junto com outras formas de rosácea. Os sintomas incluem olhos vermelhos, sensação de areia, ardência, coceira e sensibilidade à luz. Em alguns casos, compromete a visão, e por isso precisa ser tratada com bastante atenção.
Cada um desses quadros exige acompanhamento dermatológico e uma rotina de cuidados específicos. Um bom início é contar com dermocosméticos próprios para o rosto, que ajudam a reduzir a sensibilidade e fortalecer a barreira da pele.
O que causa a rosácea?
A verdade é que a ciência ainda não descobriu uma causa única. O que se sabe é que existe uma combinação de fatores genéticos, inflamatórios e vasculares.
Ou seja, a rosácea pode surgir porque sua pele já tem uma predisposição, e os vasos sanguíneos mais superficiais reagem de forma exagerada a estímulos. Também há indícios de que o ácaro Demodex folliculorum, presente naturalmente na pele, pode estar mais ativo em quem tem rosácea, gerando inflamações.
Fatores hormonais, alterações no sistema imunológico, microbiota da pele e até questões emocionais (como estresse e ansiedade) podem agravar o quadro. Não há uma única explicação, mas há padrões que ajudam a entender o que piora a rosácea.
O que piora os sintomas da rosácea?
Quem tem rosácea sabe: existem gatilhos que parecem “acender” a pele do nada.
Alguns dos mais comuns incluem:
Exposição solar intensa;
Bebidas alcoólicas (especialmente vinho tinto);
Comidas apimentadas ou muito quentes;
Mudanças bruscas de temperatura;
Banhos muito quentes;
Estresse emocional;
Uso de cosméticos inadequados;
Exercícios físicos de alta intensidade;
Corticoides tópicos (usados sem prescrição médica).
Por isso, além de tratar, é importante identificar o que piora sua rosácea. Manter um diário pode ajudar bastante a descobrir padrões.
Também é importante lembrar que a rotina de cuidados deve ser constante. Produtos como o Rozex, por exemplo, são indicados para ajudar no controle da inflamação e da vermelhidão, mas sempre com orientação médica.
Tem tratamento? Dá pra conviver bem com a rosácea?
A boa notícia é que sim, dá pra viver com rosácea e manter a pele mais calma, mesmo sabendo que não existe uma “cura definitiva”. O tratamento tem como objetivo controlar os sintomas, reduzir as crises e melhorar a qualidade de vida de quem convive com a condição.
O dermatologista pode indicar:
Cremes e géis com substâncias anti-inflamatórias e calmantes;
Antibióticos tópicos ou orais, dependendo da gravidade;
Terapias com laser para tratar vasinhos;
Cuidados diários com produtos específicos para pele sensível;
Protetor solar de uso obrigatório, mesmo em dias nublados.
A pele com rosácea precisa de atenção redobrada na escolha dos produtos. Nada de esfoliantes abrasivos, sabonetes com álcool ou tônicos adstringentes. O ideal é apostar em dermocosméticos suaves e hidratantes que fortalecem a barreira cutânea e evitem reações.
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O que não fazer em hipótese alguma
A tentação de usar qualquer produto “milagroso” é grande, mas a pele com rosácea não perdoa erros. Automedicação e uso de cosméticos errados podem piorar, e muito, os sintomas. Mesmo aquele creme que “funciona com todo mundo” pode causar ardência, descamação e até infecções na pele sensível.
Por isso, nada de testar por conta própria. Tudo o que você usa no rosto precisa ser indicado por um profissional que conheça seu tipo de pele e seu histórico.
Dicas práticas para quem tem rosácea
Evite o sol direto no rosto. Chapéu e óculos escuros são aliados.
Use protetor solar com FPS 30 ou mais, próprio para peles sensíveis.
Higienize o rosto com sabonetes suaves, de preferência sem perfume.
Hidrate a pele todos os dias, mesmo se ela for oleosa.
Fuja dos gatilhos que você já identificou como problema (comida, calor, álcool).
Evite maquiagem pesada e dê preferência aos produtos hipoalergênicos.
Nada de água quente no rosto! Prefira sempre a temperatura morna ou fria.
Consulte o dermatologista regularmente. Isso muda o jogo.
Rosácea não é frescura nem "pele sensível demais". É uma condição crônica que precisa de cuidado real. Cuidar da pele é também uma forma de cuidar da autoestima e da saúde. Quando você entende como sua pele funciona, fica mais fácil viver bem com ela, vermelhidão ou não.
Farmacêutica responsável
Eliane Messias Rodrigues - CRF ativo: CRF/SP 43.895
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