Suspeito preso na Bahia nega participação na morte de tio, diz advogado
20/08/2025
(Foto: Reprodução) Suspeito de matar irmão é preso na Bahia com o filho e o funcionário
Suspeito de envolvimento na morte do tio, Bruno Orioli diz que não estava no local no momento que Rogério Salomão e a advogada dele, Lilian Cláudia Jorge, foram baleados.
O crime aconteceu no dia 30 de outubro do ano passado, em Jardinópolis (SP), e a Polícia Civil investiga que tenha sido motivado por uma disputa por herança.
Bruno, o pai dele, Carlos Alberto Orioli Salomão, e o funcionário da família, Wagner Queiroz dos Nascimento, foram presos na manhã desta quarta-feira (20), em Jacobina (BA). Eles estavam foragidos há nove meses, quando tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
Segundo o advogado Daniel Rondi, no dia e na hora do crime, Bruno discutia com a defesa se poderia assinar um documento que Lilian havia pedido.
No momento dos disparos, ainda segundo o advogado, Bruno estava com o corretor em frente ao galpão onde os assassinatos aconteceram.
"No tempo e no momento da alegada emboscada, o Bruno está tratando se pode ou não assinar o documento. Você observa o tom de voz do Bruno que é um tom pacífico, não é o tom de quem está ali para cometer o crime. O que acontece? Ele, Bruno, estava tratando exatamente da entrega efetiva dessa chave e, no momento dos disparos, não estava no palco de onde aconteceram os disparos. Ele estava com o corretor na frente do imóvel".
LEIA TAMBÉM
Polícia prende irmão e sobrinho de empresário morto por causa de herança no interior de SP
Empresário e advogada são mortos a tiros em Jardinópolis
À EPTV, afiliada da TV Globo, Rondi disse que, assim que ouviu o primeiro disparo, Bruno voltou para o imóvel, porque achou que o pai tinha sido baleado. O advogado também informou que não deve pedir a transferência dele, que foi preso na Bahia, para São Paulo.
"No momento que ele ouve o disparo, o primeiro disparo, sim, ele corre de encontro ao pai, temendo pela vida do pai, porque a família já vinha em um estado beligerante de ameaça entre os irmãos".
Carlos Salomão, Bruno Orioli e Wagner Queiroz, suspeitos de envolvimento na morte do empresário Rogério Salomão, em Jardinópolis (SP)
Reprodução/EPTV
Advogado de defesa de Carlos e Wagner, Marcelo Dentello disse que pretende solicitar a transferência dos clientes para cá.
O crime
Rogério e a advogada foram mortos na manhã de 30 de outubro de 2024, em um galpão que pertenceu ao pai, localizado na Vila Reis, em Jardinópolis. O imóvel passou para o filho e os irmãos após a morte do empresário, em 2022, e se tornou alvo de disputas por herança.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado à época, Rogério estava no local para receber de Carlos a chave do galpão e firmar termos de entrega do imóvel e de vistoria de saída.
No entanto, por volta das 10h30, Rogério e Lilian foram baleados por, pelo menos, 15 disparos. Segundo a polícia, indícios no local apontaram que o crime ocorreu em um compartimento localizado nos fundos do imóvel. As vítimas chegaram a ser socorridas e levadas ao Pronto-Socorro central, mas não resistiram aos ferimentos.
Galpão de supermercado onde empresário e advogada foram mortos em Jardinópolis, SP
Jefferson Neves/EPTV e arquivo pessoal
As mortes ocorreram em meio a uma disputa entre os irmãos pela herança deixada pelo pai, dono de uma rede de supermercados. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Sebastião Vicente Picinato, a briga era marcada por ameaças dos envolvidos.
Antes dos assassinatos, Carlos - que era irmão de Rogério apenas por parte do pai - estava prestes a entregar as chaves do galpão, que pertencia a Rogério.
Em outra questão de herança familiar, Carlos entrou com uma ação contra Rogério por conta de outro imóvel da família que não teria entrado no inventário.
Investigação
O galpão foi periciado por agentes, que encontraram dezenas de cápsulas de armas calibre 9 milímetros e 380, além de marcas de sangue a cerca de quatro metros de distância de onde as vítimas teriam sido alvejadas.
Galpão de supermercado desativado onde duas pessoas foram mortas em Jardinópolis, SP
Patrícia Bonelli/EPTV
Perto de onde Lilian foi baleada, sobre uma estrutura de concreto, os peritos encontraram e apreenderam documentos - Termo de Entrega de Chaves de Imóvel Comercial e Termo de Vistoria de Saída - que não tinham nenhuma assinatura.
De acordo com o registro da Polícia Civil, também foram obtidas imagens de câmeras de segurança do entorno do galpão.
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região