Polícia prende irmão e sobrinho de empresário morto por causa de herança no interior de SP
20/08/2025
(Foto: Reprodução) Carlos Salomão (à esquerda) é suspeito de matar o irmão Rogério Salomão em Jardinópolis, SP
Arquivo pessoal
A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (20) o empresário Carlos Salomão, suspeito de matar a tiros o irmão Rogério Salomão, de 52 anos, e a advogada dele, Lilian Cláudia Jorge, de 50 anos. O filho de Carlos, Bruno Carlos Orioli, e um funcionário da família, Wagner Queiroz do Nascimento, também foram presos.
O crime aconteceu dentro do galpão de um supermercado desativado em Jardinópolis (SP) em outubro de 2024, e a suspeita é de que tenha sido motivado por uma disputa de herança (veja abaixo detalhes).
Carlos Salomão era considerado foragido desde novembro do mesmo ano, quando a Justiça decretou a prisão dele. Os três suspeitos foram presos na cidade de Jacobina (BA) nesta quarta.
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As prisões ocorreram dias depois de o advogado de Carlos e Wagner, Marcelo Dentello, sair ileso de um ataque a tiros em Ribeirão Preto (SP).
À EPTV, afiliada da TV Globo, Dentello disse que continuará defendendo os clientes e que cogita ir à Bahia para esclarecer os detalhes das prisões.
"Nosso escritório está avaliando se vai até a Bahia para poder conversar com nossos réus, saber realmente tudo o que aconteceu e saber, inclusive, sobre a integridade física deles."
Já a defesa de Bruno informou que o suspeito nega a participação nos assassinatos.
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As mortes
Rogério e a advogada foram mortos na última quarta-feira (30), na Vila Reis, em um galpão que foi pertencente ao pai de Rogério e de Carlos, o empresário Márcio Salomão, antes da morte, em 2022. De acordo com o boletim de ocorrência, Rogério estava no local para receber de Carlos a chave do imóvel e firmar um termo de entrega do imóvel e um termo de vistoria de saída.
Mas, por volta das 10h30, Rogério e Lilian acabaram baleados por cerca de 15 disparos de arma de fogo. Segundo o boletim de ocorrência, indícios no local apontam que o crime ocorreu em um compartimento localizado nos fundos do imóvel. As vítimas foram levadas ao pronto-socorro central, mas não resistiram.
Um terceiro irmão, Diego Salomão, chegou a prestar depoimento à polícia e disse que, logo após o crime, viu Carlos deixando o barracão com um objeto semelhante a uma arma de fogo.
Galpão de supermercado onde empresário e advogada foram mortos em Jardinópolis, SP
Jefferson Neves/EPTV e arquivo pessoal
Disputa por herança
As mortes ocorreram em meio a uma disputa entre os irmãos pela herança deixada pelo pai, dono de uma rede de supermercados. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Sebastião Vicente Picinato, a briga era marcada por ameaças dos envolvidos.
Antes dos assassinatos, Carlos - que era irmão do empresário apenas por parte do pai - estava prestes a entregar as chaves do galpão, que pertencia a Rogério. Em outra questão de herança familiar, Carlos entrou com uma ação contra Rogério por conta de outro imóvel da família que não teria entrado no inventário, apurou a EPTV, afiliada da TV Globo.
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Investigação
O galpão foi periciado por agentes que encontraram dezenas de cápsulas de armas calibre 9 milímetros e 380, além de marcas de sangue a cerca de 4 metros de distância de onde as vítimas teriam sido alvejadas.
Perto de onde Lilian foi baleada, sobre uma estrutura de concreto, os peritos encontraram e apreenderam documentos - “Termo de Entrega de Chaves de Imóvel Comercial” e “Termo de Vistoria de Saída” - que não tinham nenhuma assinatura.
De acordo com o registro da Polícia Civil, também foram obtidas imagens de câmeras de segurança do entorno do galpão.
Galpão de supermercado desativado onde duas pessoas foram mortas em Jardinópolis, SP
Patrícia Bonelli/EPTV
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